Todos vivemos preocupados com o aumento dos preços, como isso afeta a economia e a maneira como investir dinheiro, porém muitas vezes nem sabemos ao certo como seu calcula a inflação.
Para resolver este problema, vou explicar de um modo fácil o que você deve saber pare entender como fazer o cálculo da inflação.
Por que medir a inflação?
Devido ao nosso passado, no Brasil todos seguimos atentamente a evolução dos mais variados níveis de preços.
Quando ocorre um aumento generalizado dos preços, é o evento chamado na ciência econômica de inflação. Uma queda geral do nível de preços é conhecida como deflação.
Nos anos da década de 1980, o Brasil e outros países da América Latina sofreram um processo chamado de superinflação, ou seja, o processo inflacionário gerava demasiados custos para a economia, com remarcações de preços diárias, desabastecimento e perda do poder de compra dos salários.
Apesar disso, o aumento geral do nível de preços é comum para o funcionamento da economia, pois facilita a operação do sistema financeiro, da forma que é organizado atualmente.
Caso contrário, isto é, se ocorre deflação, as pessoas tendem a não emprestar e a não consumir, retendo moeda e congelando a liquidez.
Os índices de inflação
No Brasil existem muitos índices que mensuram a inflação.
Eles estão expressos nas mais diversas siglas:
- IPC-Fipe
- IPCA
- IPCA-15
- IGP-DI
- IGP-M
- IGP-10
- IPC-S
- entre outros
Os mais importantes para o mercado são o IPCA, o IPCA-15 e os IGPs.
IPCA
O IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou seja, o nível de preços como um todo. É calculado pelo IBGE ponderando-se uma cesta de bens para famílias na faixa de renda entre 1 e 40 salários-mínimos.
Você pode acompanhar o desempenho do IPCA diretamente no site do IBGE.
A inflação medida por este índice é utilizada como meta pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que por meio da taxa de juros controla a inflação. A meta atual perseguida é de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Além disso, o IPCA é importante por ser o indexador de um dos títulos públicos mais negociados, a NTN-B.
A diferença entre o IPCA e o IPCA-15 são apenas suas datas de coleta. Ou seja, toma-se por base uma média mensal do nível de preços do dia 1 a 30 do mês anterior e se compara uma média para o mesmo intervalo de dias do mês de referência no caso do IPCA.
Exemplo:
O IPCA de Julho é uma divisão da média da coleta de preços diária dos dias 1 a 30 do mês de Julho pela média da coleta de preços dos dias 1 a 30 de Junho.
Enquanto que o IPCA-15 toma por base a média do intervalo dos dias 16 de dois meses anteriores até o dia 15 do mês anterior a data de referência e compara com a média do dia 16 do mês anterior a referência até o dia 15 do mês de referência.
IGP
IGP quer dizer Índice Geral de Preços. Este índice é composto grosso modo por 60% do IPA (Índice de Preços no Atacado), 30% do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e 10% do INCC (Índice Nacional da Construção Civil), todos calculados pela FGV.
Você pode acompanhar o desempenho do IGP diretamente no site do IBRE – FGV.
Devido ao grande peso dos preços no atacado, o IGP é mais volátil e capta rapidamente variações cambiais e outros choques de preços.
Era antigamente muito importante por ser indexador do título público NTN-C que era bastante negociada, mas que nos últimos anos foi sendo praticamente extinta do mercado pelo Tesouro.
A diferença entre os IGPs está relacionada à sua data base e referência.
Exemplo:
O IGP-10 é calculado pela divisão entre: a média dos dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência, pela média dos dias 11 de 2 meses anteriores à referência e 10 do mês anterior à referência.
O IGP-M é calculado pela divisão entre: a média dos dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência, pela média dos dias 21 de 2 meses anteriores à referência e 20 do mês anterior à referência.
O IGP-DI é calculado pela divisão entre: a média dos dias 1º do mês anterior e 30 do mês de referência, pela média dos dias 1º de 2 meses anteriores à referência e 30 do mês anterior à referência.